sexta-feira

Gaddafi é excluído em plano para troca de poder na Líbia

Nova autoridade indicaria presidente e controlaria serviços de segurança

Um enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) vai propor um cessar-fogo na Líbia, a ser seguido pela criação imediata de uma autoridade provisória composta em partes iguais pelo governo e pelos rebeldes. O ditador líbio, Muammar Gaddafi, e seus filhos, no entanto, ficaram de fora do novo arranjo segundo um diplomata europeu de alto escalão.
A autoridade provisória líbia nomearia um presidente, controlaria a polícia, as Forças Armadas e os serviços de segurança, e supervisionaria um processo de reconciliação, levando à eleição para uma assembleia nacional constituinte, disse o diplomata - que pediu para que seu nome e sua localização não fossem divulgados.
A pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o senador jordaniano Abdul Elah al Khatib está buscando uma solução para a guerra civil líbia, que começou em fevereiro. Ele já se reuniu várias vezes com o governo e com os rebeldes do leste do país.
Khatib não quis revelar detalhes das suas propostas, mas disse à Reuters em Amã que a ONU se esforça para criar um processo político com dois fundamentos: um é um acordo para um cessar-fogo; outro é um acordo para estabelecer um mecanismo que gerencie o período de transição.
- Esperamos que a obtenção da aceitação das duas partes em torno dessa ideia desencadeie um processo político que no final, tomara, nos permita alcançar uma solução política para a crise.
Sem acordo
Nesta quinta-feira (21), Gaddafi - há 41 anos no poder - rejeitou a hipótese de negociar com os rebeldes, que contam com apoio militar de governos ocidentais.
O diplomata europeu disse que, pela proposta de Khatib, Gaddafi teria de renunciar, mas que isso seria parte do processo, e não uma pré-condição. Quando a autoridade provisória fosse criada e Gaddafi deixasse de controlar as forças de segurança, os líbios de Trípoli não teriam mais medo dele, e a essa altura seu regime estaria na prática encerrado, argumentou o diplomata.
Ele acrescentou que Gaddafi só aceitaria essa transição se tivesse garantias quanto ao seu futuro, então ele não seria imediatamente entregue ao Tribunal Penal Internacional, de Haia, que emitiu um mandado de prisão contra ele por crimes contra a humanidade.
Gaddafi e seus filhos ficariam excluídos da autoridade transitória, disse ainda o diplomata, pois os rebeldes jamais aceitariam a participação de membros da família Gaddafi.

R7

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