Autor da música Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor e do livro, que é considerado a "bíblia" dos repentistas, "Antologia Ilustrada dos Cantadores", escrito em parceria com o professor cearense Francisco Linhares, Otacílio Batista morreu no dia 5 de agosto de 2003. Desde então, a família daquele poeta, que cantou para seis presidentes da República e para o Papa João Paulo II, organiza o evento intitulado "Tributo a Otacílio Batista - A Poesia Vive." O encontro cultural sempre reúne personalidades ligadas as mais diversas frentes artísticas e, como não podia deixar de ser, a principal atração da noite é a cantoria de viola improvisada, em sua mais bela forma, que são as estrofes ritmadas e metrificadas, sempre materializadas nas vozes dos legítimos repentistas nordestinos.
No próximo mês, o Tributo a Otacílio Batista - A Poesia Vivie chega a sua oitava edição e o evento deve repetir o sucesso dos anos anteriores, com uma média de público superior a 400 pessoas. O filho mais novo de Otacílio, o jornalista Fernando Patriota, adiantou o que já está agendado dentro da programação. "Teremos duas duplas de cantadores, três declamadores, um quinteto de metais com músicos da Banda 5 de Agosto, um grupo de teatro e musicistas, que interpretarão canções consagradas de Otacílio Batista." Patriota disse, ainda, que o Tributo tem o apoio do Sindicato dos Bancários da Paraíba, da Funjope e do O Sebo Cultural.
O VII Tributo a Otacílio Batista - A Poesia Vive será realizado no dia 6 de agosto (sábado), a partir das 20h, no Sindicato dos Bancários, localizado na Avenida Beira Rio, em João Pessoa, no sentido Centro-Praia, com entrada franca
Um pouco da carreira de Otacílio - Em 1959, Otacílio Batista venceu pela terceira vez um congresso de cantadores realizado no Rio de Janeiro, promovido pelo Jornal do Brasil e dirigido pela condessa Pereira Carneiro, proprietária do jornal. Uma década depois, pela quarta vez, a "Voz do Uirapuru" levava para casa o troféu de primeiro lugar no encontro de repentistas no Teatro do Parque, em Recife, realizado pelo poeta Rubens Teixeira. Em 1971, em João Pessoa, venceu pela quinta vez o festival de cantadores em João Pessoa/PB, no Teatro Santa Roza, promovido pelo governo do Estado. No mesmo teatro, fazendo dupla com seu irmão Dimas Batista, alcançou o primeiro lugar no maior congresso de cantadores organizado pela Sociedade de Cantadores e Poetas Populares do Brasil (Sovibril), com sede em Fortaleza/CE. Em 1975, Otacílio consegue o bicampeonato da Sovibril, na cidade de Aracati/CE.
No inicio dos anos setenta do século passado, Otacílio Batista estava em São Paulo, em companhia de Diniz Vitorino, para uma exibição didática das modalidades de viola na TV Cultura. O repórter da Nova Tribuna. Júlio Amaral de Oliveira, sabendo da visita dos dois poetas escreveu em seu jornal: "Otacílio Batista Patriota é um dos maiores nomes da poesia popular, não só pelas invulgares qualidades que ostenta mas, também, pela soma de tradições que é portador. Irmão dos notáveis repentistas Dimas e Lourival Batista Patriota, constituem a mais rutilante constelação de cantadores vivos."
Otacílio cantou para os presidentes da República; Eurico Dutra, Juscelino Kubitschek, João Goulart, Jânio Quadros, Figueiredo e Sarney, e para o cantor e compositor Roberto Carlos. Junto a seu irmão, Lourival Batista, no Teatro Santa Isabel, foi considerado um ícone da cantoria de viola, por Ariano Suassuna. Em 1983, levou seus versos para o Papa João Paulo, em Fortaleza/CE.
Sua discografia também é vasta. Durante sua carreira o poeta gravou: Cantador, Verso e Viola (com Lourival Batista, 1983); Viola, Verso e Viola com os irmãos Batista e Diniz Vitorino (1973); Repentistas, os gigantes do improviso, com Diniz Vitorino (1973); Apelo ao Papa, com Pedro Bandeira (1980); Otacílio Batista do Pajeú (1982); Só Deus improvisa mais, com Oliveira de Panelas, (1979), Mec 1984 e Meio Século de Viola (1989). Outras participações especiais: Coletânea de Repentistas: Canção "Lua Divina", gravada por Oliveira de Panelas, 1975; Nordeste: Cordel, Repente: canção: "gado bom quem tem sou eu" gravado por ele próprio.
Antologia e outras obras - Em parceria com o poeta e professor Francisco Linhares, lançou e foi consagrado pelo povo, a Antologia Ilustrada dos Cantadores.(1976 e 1982). Esse livro é considerado a "Bíblia da Cantoria", onde estão registrados a vida e obra de 300 repentistas. Antes, em 1971, Otacílio Batista escreveu Poemas e Canções. Depois da segunda edição de antologia, publico Poemas que o Povo Pede, Ria até Cair de Costa (1982); Caçador de Veados (1987); O que me falta fazer mais (1990); Poemas Escolhidos (1993); os autobiográficos Os Três Irmãos Cantadores (1995) e Dois Poetas do Povo e da Viola, com Oliveira de Panelas (1996). Ainda publicou A Criança Abandonada e outros poemas; Os Versos Apimentados do Velho João Mandioca e os cordéis: Zé Limeira, poeta dos disparates, Apelo ao Papa, Peleja de Otacílio Batista com Zé Ramalho, Dr. Alisando Cresce, Os Bichos contra a Ciência, O Namoro de Hoje em Dia e A Morte de Padre Zé. É autor da letra: Mulher Nova Bonita e Carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor, gravada por Amelinha e Zé Ramalho.(1982). Essa música serviu de trilha sonora no seriado da Rede Globo, "O Lampião". Outra letra sua, foi gravada por Luís Gonzaga - O Papa e o Jegue. Pinto do Acordeon gravou - O Dólar e o Cruzado, também letra de sua autoria.
Serviço
Evento: VIII Tributo a Otacílio Batista - A Poesia Vive
Local: Sindicato dos Bancários da Paraíba (Av. Beira Rio - João Pessoa)
Hora: 20h
Programação: cantoria, declamação, teatro, canções e quinteto de metais
Entrada Franca
Da Redação com Click PB
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