segunda-feira

Marcha contra a impunidade reúne mais de 300 pessoas no Rio

Retratos do menino Juan Morais, 11, e Patrícia Amieiro, 26, foram colocados em Copacabana em ato contra impunidade no Rio


A ONG Rio de Paz reuniu na tarde deste domingo mais de 300 pessoas durante passeata "contra a impunidade de crimes" no Rio de Janeiro. Os manifestantes percorreram cerca de 3 km da orla da praia de Copacabana, zona sul da cidade, e colocaram rosas vermelhas ao redor de uma enorme cruz preta fincada na areia --na altura da rua Princesa Isabel.
"Não podemos ficar parados frente a 92% dos homicidas que não são punidos no Estado do Rio de Janeiro [dado de relatório do sociólogo da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) Inácio Cano]. Não devemos aceitar, inclusive, a impunidade policial. Queremos uma polícia cidadã", destacou à Folha o presidente da ONG Antônio Carlos Costa.
O julgamento e a punição para os assassinos do menino Juan Moraes, 11, que foi morto por policiais militares no início deste mês, e a investigação dos casos de desaparecidos com indícios de homicídio como o da engenheira Patrícia Amieiro, 26, foram algumas das reivindicações da Rio de Paz durante a manifestação.
"É horrível. Todo dia eu choro. Tudo me lembra ela. Esse evento é bom para as autoridades olharem o que está acontecendo no Estado. A gente tenta falar com o governador, mas ele nunca pode nos receber", lamenta Tânia Márcia Amieiro de Franco, 53, mãe da jovem que desapareceu há três anos após passar por uma blitz de PMs do Batalhão do Recreio dos Bandeirantes, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital.
Os casos do menino João Roberto, 4, morto numa abordagem policial há cerca de três anos, e do músico da escola de samba Caprichosos de Pilares, Jackson Martins, assassinado por homens armados quando seguia para o trabalho na avenida Washington Luis, em 2004, também foram lembrados na caminhada. "Esse encontro é uma semente que a gente está plantando. A população não pode ficar inerte. O que aconteceu com a minha família não pode se repetir", afirmou Paulo Soares, 45 --- pai do menino João Roberto.
"Quem mata, não sabe a dor de uma saudade", disse emocionada Carmem de Souza Martins, 57, mãe de Jackson Martins.



Retratos do menino Juan Morais, 11, e Patrícia Amieiro, 26, foram colocados em Copacabana em ato contra impunidade no Rio.    

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